Eduardo Campos inaugura primeiro dos três hospitais prometidos durante campanha


Publicado em 13.12.2009, às 09h15
Por: Cecília Ramos Do Jornal do Commercio

“A nossa prioridade, pode escrever e me cobrar depois, é construir um hospital a cada ano nas entradas do Recife”. A promessa, registrada na propaganda eleitoral e disponível a todos no Youtube, foi feita pelo então candidato a governador Eduardo Campos (PSB), em 2006. Perto do último ano do mandato, o governador, agora candidato à reeleição, inaugura o primeiro dos três hospitais que prometeu, na terça-feira (15), às 16h. O Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes (HMA), em Paulista, funcionará, porém, com apenas 30% da sua capacidade. A previsão é de que só em abril de 2010 esteja em pleno funcionamento. Os outros dois hospitais, Dom Hélder e Pelópidas da Silveira, estão previstos para maio e outubro de 2010, respectivamente.

A inauguração do HMA será carregada de simbolismo. É o dia que o ex-governador Arraes, avô de Eduardo, completaria 93 anos. Ele faleceu em agosto de 2005. Uma missa campal, celebrada por dom Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife, será realizada no hospital, para mais de 500 convidados. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão (PMDB-RJ) ainda não confirmou presença. Foram convidados os governadores do Nordeste, a bancada federal de Pernambuco – os 25 deputados e três senadores, Jarbas Vasconcelos (PMDB), Marco Maciel (DEM) e Sérgio Guerra (PSDB) –, deputados estaduais, prefeitos do Recife e da Região Metropolitana, entre outros. A viúva de Arraes, Magdalena, além dos dez filhos do ex-governador, netos, bisnetos, são aguardados.

Uma placa de agradecimento especial à deputada federal Ana Arraes (PSB), mãe de Eduardo e filha de Arraes, e ao ex-deputado Carlos Wilson Campos (falecido em abril deste ano) será descerrada. Ambos destinaram todo o valor que dispunham de emenda parlamentar (R$ 8 milhões, em 2007) para a obra.

O Hospital Miguel Arraes custou R$ 88 milhões. Tem quatro andares, além de um heliponto, estacionamento e praça de alimentação, com oito boxes. Quando estiver em pleno funcionamento, serão 157 leitos (sendo 25 de UTI) e poderá realizar 730 internações/mês. O JC esteve no HMA na última quinta-feira. Já havia movimento de funcionários em treinamento. Equipamentos ainda estão sendo aguardados. A reportagem, que foi acompanhada durante a visita pelo chefe da segurança, não foi autorizada a fotografar as instalações do hospital, que é climatizado. A divulgação de informações técnicas à imprensa é concentrada na secretaria de Saúde, cujo titular é o vice-governador João Lyra (PDT).

AJUSTES - A justificativa do governo para inaugurar o hospital com apenas 30% da capacidade de uso é a de que, “por ser uma unidade complexa, precisa, em funcionamento, fazer a adequação dos aparelhos, capacitação da equipe técnica, ajustes administrativos e de fluxos”.

“O hospital é muito sofisticado, tem equipamento de ponta, é bonito. E falo isso porque conheço o serviço público. Estou na medicina pública há 36 anos”, garantiu o administrador do HMA, o neurocirurgião Caio Souza Leão. O hospital é gerido pela Fundação Professor Martiniano Fernandes – Imip Hospitalar, cujo superintendente é o presidente do Imip, Antônio Carlos Figueira.

O governo Eduardo conseguiu inovar no modelo de gestão hospitalar ao repassar a gerência do HMA para uma Organização de Saúde (OS), entidade privada sem fins lucrativos. O governo Jarbas Vasconcelos (PMDB) tentou, sem sucesso, em 2004, migrar para essa modalidade, porém movimentos sociais e o Conselho Estadual de Saúde barraram.

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