PSDB de Buíque imprime adesivos com Eduardo

Em Buíque, no Sertão estadual, o PSDB não se preocupa muito em esconder a infidelidade partidária. Embora a legenda integre a aliança que apoia o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao governo do estado, os tucanos espalharam um monte de adesivos na cidade com uma foto nada discreta. No material de campanha, registrado e enviado ao Diario pelo jornalista Ivan Moraes Filho, o governador Eduardo Campos (PSB) aparece ao lado do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, do prefeito Jonas Câmelo e do candidato a deputado estadual Claudiano Filho, ambos também do PSDB.

A propaganda é provocativa e deixa claro para os eleitores a opção partidária do PSDB na cidade. “Buíque vota assim: Sérgio Guerra e Claudiano Filho”, diz o material, destacando ainda o “É 40” na foto de Eduardo, que aparece lado a lado com Guerra e o prefeito Jonas.

O adesivo é o perfil do partido que está praticamente no colo de Eduardo em Pernambuco. Dos 17 prefeitos do PSDB, 14 aderiram oficialmente ao palanque do governador sem qualquer tipo de repreensão do senador Sérgio Guerra. O parlamentar era aliado do ex-governador Miguel Arraes até 1998, pulou para o lado de Jarbas após a derrota do socialista, em 1999, e agora está cada vez mais próximo de Eduardo. Guerra justificou, em entrevista ao Diario, que não poderia punir os prefeitos que mudam de lado, porque os municípios dependem muito dos recursos do governo estadual e federal.

Não é só os prefeitos do PSDB que fazem a travessia para o palanque de Eduardo. Jarbas recentemente chamou o deputado estadual Pedro Eurico (PSDB) de “mau caráter”, “dissimulado” e “sem vergonha” por entender que o parlamentar queria apenas um motivo para mudar de lado novamente. E o motivo, eventualmente, seria uma caminhada de Jarbas na qual Pedro Eurico diz ter participado sem ter recebido a devida atenção.

Como Pedro Eurico, a bancada tucana na Assembleia Legislativa praticamente não faz mais oposição a Eduardo. A exceção é a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB). 

Por Aline Moura, do Diario de Pernambuco