Relator do Orçamento admite elevar salário mínimo até R$ 570


O relator-geral do Orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF), admitiu nesta quarta-feira (17) haver espaço para aumentar o valor do salário mínimo até R$ 570 no ano que vem. O problema, disse, estaria na conta das prefeituras e da previdência social. Hoje o valor do mínimo está em R$ 510.
A estimativa de Argello foi apresentada ontem em uma reunião fechada junto com líderes partidários ligados ao governo e ministros. A conversa acabou vazando para jornalistas e nela, o relator disse que, se mantida essa estimativa, o valor poderia chegar a R$ 700 em 2012.
- Margem para aumentar um pouquinho o salário mínimo? Tem margem para aumentar um pouquinho. Agora, é o correto fazer isso? Porque se aumentar para R$ 560, R$ 570, no repique do ano que vem, vai bater perto de R$ 700.
Até então, o próprio senador, em acordo com o governo, tem defendido um mínimo de até R$ 540, valor que considera basicamente a reposição da inflação no último ano, sem aumento real. Na própria reunião, ele explicou que prefeitos têm se manifestado contrariamente ao aumento reivindicado pelas centrais sindicais, que querem R$ 580.
- É o certo fazer isso? Eu acho que é o certo, eu sou PTB, eu sou defensor do salário mínimo. Mas o problema todo, que nós temos que avaliar é que tem várias prefeituras, tem abaixo-assinado com mais de 600 prefeituras dizendo que não dão conta de pagar.
Argello ainda disse que, para chegar a um valor maior, o ministro da Previdência, Carlos Gabbas, teria que recalcular o impacto nas contas das aposentadorias.
- Essa equação quem tem que sentar e resolver é o ministro da Previdência. Ele pediu para gente “segura nos R$ 540, fica nos R$ 540 e vamos ver o que é possível fazer não pelo salário, mas pela Previdência”.
A reunião teve a presença dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Bernardo (Planejamento), além do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O tom, ao final, foi de que o governo pretende insistir na proposta de R$ 540, que considera apenas a reposição da inflação neste ano.
A ideia é manter a fórmula de reajuste acertado com as centrais sindicais, que considera a inflação do ano anterior mais a variação positiva do PIB de dois anos antes. Como em 2009, houve pequena regressão (- 0,2%), seria considerada apenas a inflação.

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