Eduardo Campos (PSB), Edílson Silva (Psol), Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Sérgio Xavier (PV) participaram da discussão
Foi positiva a avaliação dos candidatos ao Governo de Pernambuco
Eduardo Campos (PSB), Edílson Silva (Psol), Jarbas Vasconcelos (PMDB) e
Sérgio Xavier (PV), que participaram, na noite desta terça-feira (28)
do debate promovido pela Rede Globo no Chevrolet Hall. Eles foram os
convidados porque seus partidos possuem representação na Câmara Federal.
A
discussão contou com o jornalista Francisco José como mediador. Em dois
dos cinco blocos, os temas eram livres; em outros dois, o assunto foi
sorteado pelo mediador. O quinto e último bloco foi reservado para as
considerações finais, onde cada um dos participantes pôde realizar uma
avaliação do debate.
Todos
os candidatos perguntaram e responderam em todos os blocos. Em vários
momentos, a questão da privatização da Celpe veio à tona, com Jarbas
Vasconcelos explicando que não autorizou a privatização em si – fato
que ele atribuiu ao governador Eduardo Campos, na época secretário do
avô, Miguel Arraes. No entanto o Senador do PMDB admitiu que aprovou a
medida: “Não estou me eximindo. Assumo, acho que foi correto”, disse.
O
candidato do PMDB reforçou seu apoio à proposta de criação do
Ministério da Segurança Pública, defendida por José Serra. “Enquanto
não tivermos um Ministério da Segurança Pública, vamos criar pactos
diversos em cada Estado. É preciso uma diretriz, um cadastro único,
cuidar das fronteiras, do tráfico de drogas e de armas, tudo isso é
coisa demais para um governador, ele não pode fazer sozinho”. E
aproveitou para criticar a política pernambucana do setor. “A segurança
pública em Pernambuco vai mal, não há transparência. Se tecem loas
porque os homicídios têm sido reduzidos, mas isso acontece no Brasil
inteiro, a campanha do desarmamento também colaborou. Dos outros
crimes, não se tem conhecimento, por parte do Governo, roubo, assalto,
sequestro, porque não há transparência".
Sérgio
Xavier, candidato do PV, destacou suas propostas para a área da saúde
pública. "A saúde continua com péssimos indicadores. São óbitos por
falta de leitos, há problemas de falta de UTIs em vários lugares, a
situação é muito crítica e exige ação imediata. A nossa proposta é
investir em questões básicas, pensando de modo estratégico. A gente tem
que reduzir as fontes de doenças e fazer prevenção. A falta de
saneamento continua absurda, dengue crescendo a 500%, oito acidentes de
moto por dia, acidentes com bicicletas, com cidades sem ciclovias. O
problema é que isso se repete há 50 anos, os mesmos grupos pedindo mais
quatro anos para consertar a saúde e a gente vê que a coisa não anda,
porque não há mudança na lógica, temos que buscar formação e plano de
carreira para os servidores da Saúde, garantir orçamento adequado e
melhorar a gestão, ser mais eficiente, inovar, para melhorar esses
processos”, defendeu.
Num
dos momentos do debate, Eduardo Campos rebateu as críticas do candidato
do PSol, Edilson Silva, que afirmou que o Hospital da Restauração
funcionaria “em modo de desastre, há 20 anos, dando prioridade a quem
tem mais chance de viver, escolhendo quem vai morrer”. O governador,
que tenta a reeleição pelo PSB, explicou que a nova emergência do HR
funciona com o sistema de classificação de risco e elencou algumas
realizações de sua gestão.
"Estamos
implantando em todos os hospitais públicos a classificação de risco,
para atender primeiro quem mais precisa, porque é assim em vários
hospitais do mundo. Investimos muito no HR, no setor de neurologia, com
novos equipamentos que nem todos os hospitais privados têm. Investimos
em unidades do interior, como as de Arcoverde e de Salgueiro, assumimos
hospitais que eram de prefeituras, fora as 11 UPAs construídas, que
vamos levar para o interior. Esse esforço nos fez multiplicar por dois
os números de UTIs. Mas o debate é o financiamento da saúde pública,
que onera estados e municípios. Isso precisa ir para o Congresso",
disse o governador.
Entre
vários outros pontos, o candidato Edilson Silva, do PSol, explicou a
proposta de seu partido para a reforma tributária, reforçando a
necessidade de resgate do pacto federativo. “Nós somos, na região
Nordeste, cerca de 28% da população do País e a Constituição Brasileira
garante que o orçamento público federal seja proporcional à população
mas, apesar disso, nós recebemos menos de 15% do bolo orçamentário. O
problema do imposto que se paga na origem ou no destino é um ponto que
precisa ser discutido também. No atual modelo, existe uma tendência
para que a região Nordeste continue sendo segregada e nós, como chefe
do Executivo, vamos unir esforços para reverter esse quadro. A
reabertura da Sudene, de fato, é um caminho para reequilibrar esse
pacto federativo”, acredita o socialista.
Antes
de responder à pergunta, Edilson parabenizou o governador por ter
comparecido ao debate: "Eduardo, gostaria de dizer primeiro que é muito
bom ter você aqui entre nós, porque sentimos a sua falta no último
debate. É importante que o chefe do Executivo esteja presente para
debater as questões do Estado”.
No
último bloco da conversa, os quatro candidatos mandaram mensagens para
o público e fizeram suas considerações finais. Por ordem de sorteio, o
primeiro a falar foi Jarbas Vasconcelos. “Esta foi a pior das eleições
que disputei. O País passa por um bom momento e as pessoas, em lugar de
ter grandeza no plano federal e estadual, às vezes se tornam figuras
menores, perseguindo. Isso não leva a democracia nenhuma. Estou
disputando essa eleição porque tenho histórico, currículo, vida
pública. Carreguei a bandeira da anistia, das diretas, da liberdade de
imprensa, mas a mais importante foi a bandeira do meu Estado, que eu
amo de coração”.
Eduardo
Campos falou em seguida. “Procurei honrar a confiança dos eleitores sem
alimentar velhas brigas do passado, e sim cuidando de trabalhar e de
unir Pernambuco. Com certeza você tem consciência que esse é um tempo
bom que estamos vivendo. Há muitos anos que queríamos esse ciclo de
crescimento. Pernambuco lidera os investimentos e cresce mais que o
Brasil, mais do que o Nordeste. É hora de unir todos os pernambucanos,
de ouvir, receber sugestões e aproveitar ao máximo esse ciclo de
crescimento para que seja o crescimento da economia e também das
pessoas”, afirmou.
Sérgio
Xavier, do PV, deu sequência ao encerramento do debate. "Queria que
você, eleitor, raciocinasse e percebesse que o modelo de
desenvolvimento que temos hoje em Pernambuco e no Brasil está esgotado.
As referências desse modelo demonstram que não aponta para um futuro
positivo. Os outros discursos só falam de investimento e não falam de
inclusão, em trazer as pessoas para esses investimentos. A idéia e a
saída é votar no PV no primeiro turno, para que a gente possa debater
mais e levar para mais discussão no segundo turno”, disse.
Por
fim, falou o candidato do PSol, Edilson Silva. “Quem prestou atenção ao
debate percebeu que temos confronto do passado com o futuro, grupos
políticos que se revezam no poder. Nós demonstramos aqui com números e
com dados que eles não têm diferença na educação, na saúde, na
segurança e na forma de construir política. Queremos construir uma
alternativa a tudo isso. Não é fácil. Queremos construir um socialismo
com participação popular, que tenha coragem de respeitar os contratos
que são lícitos e também tenha coragem de enfrentar com rigor e
perseverança a corrupção”, finalizou.