Coluna
Fogo Cruzado – Folha de Pernambuco – 2 de novembro
É
grave a situação da seca em Pernambuco por mais que ela não toque a
sensibilidade da presidente Dilma Rousseff. Ela não veio nenhuma vez ao
Nordeste visitar as regiões mais afetadas e pouco tá se lixando para o
problema. O quadro é tão preocupante que um pequeno agricultor de Itapetim
levou à feira da cidade meia dúzia de cabras para vender e como não encontrou
quem as comprasse, deixou os animais lá e foi embora para não vê-los morrer de
fome em seu quintal.
Quem
entrou ontem nessa discussão foram os bispos de Petrolina (Dom Manoel dos
Reis), Salgueiro (Dom Magnus Henrique),
Afogados da Ingazeira (Dom Egídio Bisol) e Pesqueira (Dom José Luiz Ferreira).
Eles almoçaram recentemente com o governador Eduardo Campos, a quem pediram uma
reunião com os membros do comitê integrado de combate aos efeitos da estiagem
para obter informações sobre o que o governo faz na região a fim de aliviar a
dor dos que não têm água.
A
reunião se realizou ontem em Serra Talhada com presença do secretário de
agricultura e coordenador do comitê, Ranilson Ramos. Cobrou-se dele uma
resposta do governo sobre a ampliação da Adutora do Oeste para levar água a
todo o Sertão Central e do Araripe, e sobre a construção da segunda e terceira
etapas da Adutora do Pajeú, no trecho Serra Talhada-Itapetim.
Talvez
o grito da Igreja Católica chegue a Brasília e Dilma Rousseff acorde para a
seriedade do problema.
O
erro – Eduardo Campos considera um erro setores ligados à base de Dilma estarem
falando em 2014. Ele afirma que quem deve “pautar” a eleição são as oposições,
e não o governo, cuja obrigação, agora, passado o período eleitoral, é
enfrentar o que chama de “a pauta do povo”.