A cada dia que passa surgem desdobramentos da adesão do PSDB pernambucano à base do governo de Eduardo Campos.
Após duas semanas do anúncio da aliança e da entrada dos tucanos na gestão (ficaram com o Detran e Secretaria de Emprego e Trabalho) continuam aparecendo críticas à forma como a parceria foi estabelecida. O comando nacional não.
A direção do partido avalia que a pressa tirou poder de barganha. A adesão pareceu ter sido um favor aos tucanos.
O partido entrou na base sem a força que ele tem e representa. Além disso, Eduardo não emitiu um único sinal de que poderia apoiar Aécio num eventual segundo turno.
A reciprocidade esperada, uma vez que essa sinalização o tucano já deu ao presidenciável socialista.
Em Minas, o PSB não move uma palha para indicar que poderá apoiar candidato do PSB ao governo do estado. E parece não ter pressa alguma em definir como seguirá.
Quer dizer, o PSDB afiançou apoio aqui sem estar plenamente conetcado com o cenário nacional. Com isso, fragilizou ainda mais o partido por aqui.
Obviamente que se sabe que o embate na disputa presidencial em Pernambuco acontecerá entre as candidaturas de Eduardo e da presidente Dilma Rousseff.
No entanto, não foi sensato entregar o jogo antes do primeiro tempo começar. Ninguém tem dúvida da dificuldade que Aécio terá em Pernambuco.
Mas, decretar desde já a inviabilidade de uma candidatura própria por conta da polarização entre o socialista e a petista também foi uma medida precipitada.
Afinal, o contexto estadual nem sempre é tão dependente ou atrelado ao plano nacional.
Isso sem falar que o PSDB teve performance considerável em 2012 na disputa pela Prefeitura do Recife o que poderia servir de estimulante para uma candidatura do partido ao Palácio do Campo das Princesas.
Por isso é que, comenta-se nos bastidores, Aécio estaria bem incomodado com a falta de vínculo entre a adesão o projeto nacional do PSDB.
Do ponto de vista tático, comentam tucanos em reserva, o modo como foi construída a aliança não permitirá bons resultado para o partido. Nem do ponto de vista político e nem mesmo eleitoral.
Há que se destacar, porém, que dentro do partido em Pernambuco sobram análises que apontam vantagens para candidatos proporcionais.
Acontece que a votação não depende exatamente do PSB e as urnas sempre guardam surpresas.
De certo mesmo, o PSDB pernambucano ficou menor com a falta de contrapartidas socialistas no plano nacional.
Em compensação, o PSB e Eduardo saíram por cima, sem comprometimento público de apoio ao PSDB em Minas e sem nem mesmo insinuar se apoiaria Aécio num possível segundo turno.
Por essas e por outras é que o presidenciável PSDB quer manter ativa em Pernambuco uma frente tucana de resistência ao eduardismo – cujos representantes são os deputados estaduais Betinho Gomes e Daniel Coelho.
E a tirar pela pressão que os socialistas estão fazendo sobre Daniel – nomeando assessores do gabiente para cargos no governo – pode se prever que a “briga de compadres” será boa.
Com informações: DP