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‘Formiga gigante’ sai de Buíque, Caetés e Panelas e é vendida durante shows do São João de Caruaru, PE

Tanajura pré-cozida (Foto: Paula Cavalcante/ G1)
Porção de tanajura é vendida a R$ 10 durante os shows no pátio de eventos (Foto: Paula Cavalcante/ G1)

Barracas, quiosques e restaurantes movimentam a economia durante o período junino no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. A barraca da caruaruense Jucielma Florêncio, 51 anos, vende há 13 um petisco em específico que atrai várias pessoas ao local: a tanajura. O produto é um tipo de "formiga gigante" que aparece em grande quantidade quando chove forte na região.
Jucielma Florêncio (Foto: Paula Cavalcante/ G1)
Jucielma Florêncio vende tanajura há 13 anos no 
São João de Caruaru (Foto: Paula Cavalcante/ G1)
A batalha para conseguir as formigas e vender nas festa de junho começa nos meses de fevereiro e março, de comerciantes que compram a tanajura em outros municípios da região. "As tanajuras vêm de locais onde chove muito naquela época, como Caétes, Buíque, Panelas... onde vai caindo a turma pega e já liga para me avisar", enfatiza.
A quantidade não é suficiente e por isso ela também compra nas feiras. "Um quilo na feira custa R$ 150", comenta. Dona Jucy também explica quais são os próximos passos. "Eu pré-cozinho com água e sal e em seguida guardo no congelador. Na hora de vender, frito com manteiga e sirvo com farofa", pontua. As porções para os clientes são vendidas por R$ 10 cada.
Jucielma diz que o petisco atrai turistas para a barraca. "Gente que vem de São Paulo, do Rio de Janeiro. Muitos nem conhecem a tanajura. Teve até um turista dos Estados Unidos que filmou para levar e mostrar às pessoas", lembra.
Até quem também é comerciante e não vende a tanajura busca o produto na barraca de Dona Jucy para agradar aos clientes. "Somos apenas vizinhas de barraca mesmo. Vou lá pegar para agradar aos clientes. Tem que ir buscar, se o freguês quer. Senão o cliente vai embora", diz a comerciante Cláudia Raquel.
Efigênia Agla (Foto: Paula Cavalcante/ G1)
'Nem tem como explicar o sabor da tanajura', diz
costureira Efigênia (Foto: Paula Cavalcante/ G1)
A tanajura que a comerciante Cláudia foi buscar era para a costureira Efigênia Agla da Silva, que gosta de apreciar o inseto. "Gosto de tudo. Ela é deliciosa, nem tem como explicar o sabor da tanajura", comenta. Já o autônomo Maurílio Silva Ferreira indica o petisco para quem nunca comeu. “Muita gente tem nojo. Eu gosto e indico para quem nunca comeu. É tudo de bom".
O biólogo Alexandre Henrique explica que a tanajura é “equivalente” à “abelha rainha”. “Ela é a fêmea que faz o vôo nupcial. O formigueiro nasce de uma tanajura. O abdômen dela é carregado de ovos e é riquíssimo em proteína. Não há problemas em ingeri-la. Foi até umarecomendação da ONU [Organização das Nações Unidas] comer insetos, visto que são a maioria dos animais. Porém, o preparo deve ser feito com higiene. Sendo bem assada, não há problemas", afirma.

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