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A CRIAÇÃO DO JORNAL A VOZ DE BUÍQUE

Quanto muitos ainda engatinhavam em termos de liberdade de expressão aqui em Buíque, tenho o orgulho de ter sido, se outro não chegou a fazê-lo, pelo menos não se tem registro, de ser a primeira pessoa a me preocupar, o pioneiro em publicar alguma coisa que fosse exclusivamente só nossa. Daí foi que surgiu a partir de uma máquina que usava papel stêncil, bolei e passei a publicar o primeiro "jornalzinho" em Buíque, que o intitulei "O PLÁ DO G.C.B", quando estudei o curso ginasial (hoje ensino fundamental), no Ginásio Comercial de Buíque, fundado por Blésman Modesto. Depois, mesmo morando em Pesqueira, para onde me asilei forçosamente por problemas políticos na década de 80, mesmo de lá, escrevendo para o Jornal Nova Era, da Diocese de Pesqueira, dirigido pelo Padre Zé Maria, pensei em criar o meu próprio jornal e foi aí que surgiu oJORNAL "A VOZ DE BUÍQUE", que mesmo elaborado ainda de forma artesanal, em impressora linotipista, em que cada palavra era composta letra por letra, pelo profissional, e mesmo assim, o nosso jornal ainda chegou a perturbar a vida de muitos dos nossos políticos de Buíque, chegando alguns deles até mesmo, a querer partir para a desforra pessoal contra minha pessoa. Um deles, chegou até mesmo a me seguir em seu pomposo carro, até o Alto da Alegria e, como eu andava num velhinho Corcel II amarelo e que pouco andava, cheguei a ser alcançado. Não fui agredido, mas assim mesmo, cheguei a ser ameaçado. Dos vereadores, não eram poucos que na Câmara Municipal, não abriam o bico para me detratar disso e daquilo, sem medir palavras, nem tampouco se ligar para um trabalho que eu procurava fazer, não para desmerecer ninguém, mas como a mente deles ainda era do tamanho de uma semente podre, não tinha um que defendesse o meu trabalho e a minha liberdade de expressão, afinal de contas, ainda era a política coronelista que imperava, a chamada política do "cacete e do porrete". Falar deles, vige Maria!, era o mesmo que está encomendando um ato de violência anunciado, mesmo assim, nunca calei e descia a lenha sem penar e com coragem e nesse mesmo diapasão, ainda continuo dizendo o que bem quero, como quero, dentro da minha liberdade de expressão e no meu sagrado direito de agir, pensar e dizer livremente o que quero, afinal de contas, todo ser humano é dono de sua própria liberdade e de se expressar livremente como bem entender. Quem assim não entender, é porque está mais para ser um Hitler ou Mussolini, que para conviver pacificamente num regime democrático.

Por: Manoel  Modesto

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