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Mulungu em Buíque faz parte dos Mananciais em situação de colapso em Pernambuco


Um em cada quatro reservatórios pernambucanos contemplados pelo Boletim de Monitoramento Hidrológico do último dia 1º de abril está zerado. E esse número pode aumentar ainda mais, já que o atual período de chuvas no Sertão está chegando ao fim. No Agreste, outra mesorregião bastante afetada pelos problemas de abastecimento d´água, a época das precipitações ainda está para começar, mas pode não ser a solução, se os consumidores não fizerem a sua parte. 


No total, existem 87 reservatórios no estado. Nem todos, entretanto, aparecem nos boletins de monitoramento da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). O levantamento do último dia 1º de abril, por exemplo, contemplou 56, dos quais 14 estão com volume zero. Eles estão localizados sobretudo no Sertão, em municípios como Araripina, Sertânia, Itapetim e Afogados da Ingazeira. O Agreste também está na lista, representado por Venturosa, Pedra e Buíque. 

No total, 26 mananciais encontram-se em situação de colapso. Isso significa que o nível está abaixo do ponto de captação convencional da tomada da água, que é onde começa o volume morto. Assim, não há condições de operar o sistema “normalmente”, explica o gerente de monitoramento e fiscalização da Apac, Clênio Torres Filho. Nesses casos, segundo ele, a água só pode, eventualmente, ser retirada do reservatório com o auxílio externo de caminhões-pipas ou botes flutuantes, por exemplo.

De acordo com o gerente da Apac, a situação no Sertão é crítica. “As chuvas normais se encerram em abril, para só voltarem daqui a nove meses, e as barragens estão com apenas algo em torno de 7% da capacidade máxima. A análise climatológica mostrou que não há previsão de precipitação capaz de recupera-la”, afirma. 

No Agreste, há alguma esperança de que a época de chuvas, ainda na fase inicial, eleve o nível dos reservatórios, que atualmente estão com cerca de 18% do volume que podem comportar. “O agravante é o fato de que mais municípios utilizam água dos mananciais. Do ponto de vista do abastecimento público, é um quadro mais complicado que o do Sertão, onde o uso é mais ligado à irrigação e à economia”. Na Região Metropolitana do Recife e na Zona da Mata, as barragens também servem mais à população. Nessas áreas, contudo, a situação é confortável, com exceção dos municípios atendidos pela barragem de Botafogo, que está com 18,9% de sua capacidade. 

Justamente por suas barragens serem voltadas principalmente para o abastecimento público, os moradores das áreas urbanas do Agreste, da Zona da Mata e do Grande Recife podem fazer a diferença no quadro hídrico do estado. Caso houvesse uma ampla transformação nos hábitos de consumo da água, evitando o desperdício, os reservatórios da região teriam mais equilíbrio e menos dependência do regime de chuvas.

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