Fim
de governo e turbulência ao entregar os pontos, assim é a situação calamitosa
que Tupanatinga se encontra no final do mandato de Manoel Tomé (PT). A cidade é
só mais uma na mira do Ministério Publico de Pernambuco (MPPE), ao todo são 56
prefeitos em fim de mandato que estão envolvidos na “Operação Terra Arrasada”,
só no agreste são 17 municípios na mira.
O
Ministério Publico enviou uma recomendação para esses prefeitos que não estão
colaborando com as transições dos novos governos.
O
órgão apura indícios de desmonte da máquina ou interrupção de serviços. Dados
divulgados em primeira mão ao JC pelo MPPE, no âmbito da Operação Terra
Arrasada, revelam que pelo menos 56 cidades do Estado enfrentam dificuldades na
transição e alguns prefeitos eleitos devem arcar com a “herança maldita” dos
antecessores.
O
procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPCO), Cristiano Pimentel,
observa que, em muitas cidades, mesmo com a folha atrasada os prefeitos
priorizam o pagamento dos fornecedores em detrimento à manutenção dos serviços
básicos de saúde e educação. “São esses critérios que precisamos ficar alerta”,
diz.
“Esse
material é uma radiografia que tem mudado a cada dia. A recomendação é o
primeiro aviso sério aos prefeitos para alertá-los. Se eles não disserem o que
vão fazer para se adequar à situação, podem responder por atos de improbidade
administrativa ou por uso de meios para se apoderar de dinheiro público”,
explica o promotor de Justiça Maviael Souza, do Patrimônio Público. As punições
contra os políticos que descumprirem as recomendações podem culminar na
suspensão de direitos políticos, devolução de dinheiro, aplicação de multas ou
indisponibilidade de bens.