Secretariado só sai em dezembro, garante Eduardo Campos


Como não poderia deixar de acontecer, o governador reeleito Eduardo Campos (PSB) comentou sobre a expressiva votação que teve no Estado (82,84% dos votos, o maior percentual de um governador nessas eleições). O gestor revelou que recebeu o resultado das urnas "com muita responsabilidade e muita emoção". "Entendemos que essa é uma expressão do reconhecimento ao nosso governo. Esses números batem com a avaliação que o governo tem de ótimo e bom. Víamos isso nas ruas durante toda a campanha, o reconhecimento ao trabalho do governo que tem procurado mudar a economia do Estado, as áreas estratégicas do serviço público, na segurança, na saúde, educação, o governo que tem colocado Pernambuco nesse ciclo de expansão q está vivendo. Acho que tudo isso contou. Fizemos uma campanha elevada, animada, bonita, que propôs e respeitou as pessoas. Acho que foi a soma de tudo isso, além de um conjunto de apoios. A Frente Popular unida nos ajudou. Parlamentares, prefeitos, ex-prefeitos, lideranças que nos ajudaram nos municípios. Foi uma vitória que se deu em todas as regiões, desde o Recife até os municípios do Interior. Praticamente os números são os mesmos do Recife até as cidades com menos de dez mil habitantes. E em cerca de cem cidades, o nosso adversário (Campos evitou falar o nome de Jarbas Vasconcelos, do PMDB, durante toda a entrevista) não chegou a 10% dos votos", afirmou em entrevista à Rádio Folha FM.

Questionado se os partidos que integraram a Frente Popular de Pernambuco - além do PSB, outros 14 partidos fazem parte da coligação - já começaram às cobranças, Campos afirmou que a eleição ainda não acabou. "Esses partidos são os mesmos que nos apoiaram durante os quatro anos de governo. Todos sabem que nós ganhamos a eleição de 2006 com essa base de apoio do segundo turno. Já em 2006, enfrentamos as forças que eram governo, que tinham como comandante o mesmo candidato que enfrentei agora. Fizemos daquela vitória um olhar para o futuro. Implantamos um modelo de gestão que o Brasil inteiro reconhece. Os políticos que me apoiaram em 2006 me ajudaram muito a mudar as coisas", destacou o socialista. Sobre o secretariado, Campos garantiu que nada está definido. "Só em dezembro. Vai ficar muita gente escrevendo uns, e vão errar muito, o que costuma acontecer", brincou, lembrando que em 2006, marcou uma data e só então anunciou os nomes.

Campos ainda afirmou que mantém relações com integrantes do PSB, mas que não há preocupações se o partido migrará para o governo ou seguirá como oposição. "Já expliquei essa questão, e a forma melhor de explicar é contar a história como ela é. No PSDB, já tive votos de muitos prefeitos e vice-prefeitos em 2006 no primeiro turno. A grande maioria dos prefeitos do PSDB foram do PSB e ligados ao meu avô, o ex-governador Miguel Arraes. O próprio presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra, foi secretário de dois governos do doutor Arraes, em 1986 e 1995. Quando Sérgio saiu do PSB para o PSDB, levou muitos integrantes. Mantenho uma relação amistosa com ele. E quando eles saíram, eu não fui falar mal deles, porque a paciência, a capacidade de compreender a política é fundamental. Por eu ter tido essa atitude, me permitiu receber apoio deles já em 2006. Vou trabalhar em parceria com todos os prefeitos, independente de partido, como já o fiz", prometeu Campos.

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