A Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS – PE) encaminhou carta ao governador Eduardo Campos. Confira:
CARTA DA TROPA
Ao Excelentíssimo Governador de Pernambuco Eduardo Campos,
Policiais e bombeiros militares, praças e oficiais, ativos e inativos, em caminhada pelas ruas do Recife. Treze anos depois a cena se repete. Como diz certo ditado popular, “não podemos tapar o sol com uma peneira”. A insatisfação nos quartéis é real. O que ocorreu na tarde desta segunda-feira (29), é apenas uma mostra do que poderá acontecer, a qualquer momento.
Sim, amargamos anos e anos de esquecimento por parte dos nossos governantes. A insatisfação aumenta quando tomamos conhecimento que nossos co-irmãos de Sergipe recebem um piso salarial no valor de R$ 3.500 (três mil e quinhentos reais), sem contar com as gratificações. Já o Governo da Paraíba concede nesta terça-feira (30/03), aumento salarial para os Militares Estaduais. Um soldado passará a ter um soldo de R$ 2.400 (dois mil e quinhentos reais).
O mais decepcionante é saber que, segundo dados do IBGE, o Produto Interno Bruto dos dois estados é inferior ao de Pernambuco (R$ 55.505, contra R$ 15.125 de Sergipe e R$ 19.953 da Paraíba). Portanto, inadmissível que os policiais e bombeiros militares pernambucanos recebam tão pouco, diante de tamanha responsabilidade, a qual é diminuir os números da violência
Contando com uma população de 544.039 pessoas, segundo a estimativa do IBGE em 2009, Sergipe tem um efetivo de 6.500 PMs. A Paraíba contava em 2009 com uma população é de 3.769.977, correspodente a 1,9% da população nacional e um efetivo de 10 mil policiais militares. Pernambuco tem uma população de 8.810.256 e um efetivo 17 mil homens.
Diante de tal situação de desconforto relativo ao aumento médio de 40% ao policial civil e apenas 10% ao policial militar de Pernambuco criou-se um desconforto geral da tropa, do Sertão até a Capital. Tal insatisfação deixou a tropa inquieta e cobrando da Associação dos Cabos e Soldados uma mobilização do Estado. Por exemplo, Petrolina tem um efetivo de mais de mil homens que não param de ligar para entidade, desejando parar e descer para a Capital.
Na Capital, a insatisfação é total. A Associação Pernambucana de Cabos e Soldados possui em seu quadro de associados 70% do efetivo de praças, chegando aos 13 mil policiais e bombeiros militares. Até o momento, estamos dando um passo de cada vez, respeitando a legalidade, colocando a sociedade em primeiro lugar e os compromissos de profissionais de segurança que nós somos. No entanto, diante do desejo da tropa será impossível não respaldá-los em sua vontade.
Os policiais e bombeiros militares não aceitam aumento através de gratificações, principalmente porque os inativos não são beneficiados. Pedimos encarecidamente ao Governador do Estado, um soldo digno no valor mínimo de R$ 2.400 (dois mil e quatrocentos reais); tal e qual nossos co-irmãos paraibanos.
Pedimos avaliar o nosso pleito com o devido respeito aos profissionais de Segurança, elementos “número um”, no combate a violência e responsáveis pela diminuição dos índices de criminalidade em 12%. Solicitamos um posicionamento URGENTE, devido a situação drástica, uma tragédia em forma de paralisação que pode ocorrer. Sabemos que Vossa Excelência possui poderes legais para tal.
Recife, 30 de março de 2010
Atenciosamente,
Renílson Bezerra dos Santos, Coordenador da ACS
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