O município de Belém de Maria, a 120 km do Recife, registrou seis
tremores de terra no domingo e nesta segunda-feira. Os fenômenos também
foram sentidos no em Cupira, a 167 km da capital. No início do mês, a
cidade de Alagoinha foi atingida por mais de 60 abalos sísmicos.
O primeiro tremor foi considerado o mais forte e atingiu 2,8 graus na
escala Richter. Às 3h49, na madrugada da segunda-feira, ocorreu novo
fenômeno, de 2,1 graus. Às 4h29 e às 7h22 novos tremores: de 1,7 graus
e 1,9 graus respectivamente. Às 10h22 e às 10h32 da segunda-feira, os
fenômenos foram de 2,0 e 1,9 graus.
Os tremores em Belém de Maria foram detectados pelo departamento de
sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que
possui aparelhos adequados para o acompanhamento dos tremores
distribuídos em várias cidades do interior de Pernambuco. Os abalos
foram classificados como fracos pelo professor Aderson Nascimento, do
Laboratório Sismologia. No entanto, podem provocar rachaduras, pequenos
abalos nas partes mais altas das casas e chacoalhar lustres.
Uma explicação para o fenômeno está no lineamento Pernambuco, nome de
uma falha conhecida que é monitorada pelos acadêmicos da URFN. Os
tremores, disse Nascimento, ocorrem devido à movimentação das rochas
cristalinas no interior da terra, que provocam a vibração que chega até
a superfície.
A Comissão de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) tomou conhecimento
dos tremores, mas não tomou nenhuma medida além por causa da pequena
intensidade deles, relatou o coronel Ivan Ramos. De acordo com o
coronel Ivan, não houve repercussão nas cidades, não houve dano
material e pouco foi sentido pela população.
Em 3 de março, o município de Alagoinha, a 225 km da capital, foi
atingido por mais de 60 tremores, que alcançaram o grau 3,2 na escala
Richter. Na ocasião, os moradores relataram sensação de vibrações,
foram detectadas algumas rachaduras em construções mais simples e
muitas pessoas relataram ter ouvido um som semelhante ao de um trovão,
vindo da terra.