Na primeira pesquisa para governador de Pernambuco encomendada por este blog ao Instituto Opinião, de Campina Grande (PB), o senador Armando Monteiro Neto (PTB) e o deputado federal João Paulo (PT) aparecem na frente, empatados tecnicamente. Armando lidera com 23,1% e João vem logo em seguida, com 21,7%. Em terceiro vem o ex-prefeito do Cabo, Lula Cabral (PSC), com 8,6%.
É muito provável, entretanto, que os entrevistados tenham confundindo o ex-prefeito do Cabo com o ex-presidente Lula (PT), embora na cartela esteja claramente o nome Lula Cabral, que entrou, vale a ressalva, porque o presidente nacional do PSC, partido que Lula preside no Estado, assumiu a legenda com a condição de abrir um palanque para o candidato a presidente da sigla, Pastor Everaldo.
O Instituto Opinião testou quatro cenários por causa da indefinição do PSB. Neste primeiro, entrou o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), que aparece em quarto lugar, com 7%, enquanto o vice-governador João Lyra Neto (PDT) desponta com 5,1% das intenções de voto. O último é o pré-candidato do PMDB, Júlio Lóssio, com 2,5%. Brancos e nulos somam 10,8% e 21,2% dos entrevistados se apresentaram indecisos.
Na estimulada, modelo pelo qual o eleitor é forçado a lembrar do nome do candidato sem o auxílio do disco que contêm os nomes dos postulantes, quem lidera é o governador Eduardo Campos, com 17%, mas este não entra na disputa porque já foi reeleito. Em seguida vem Armando Monteiro, com 2,5%, e João Paulo com 2,2%.
Outros nomes foram citados pelos entrevistados: Eduardo da Fonte (1,6%), Jarbas Vasconcelos (1,6%), João Lyra Neto (1%), Lula Cabral (0,8%), Fernando Bezerra (0,7%), Geraldo Júlio (0,4%), Antônio Figueira (0,3%), Humberto Costa (0,3%), Daniel Coelho (0,2%) e Tadeu Alencar (0,1%).
Foram lembrados ainda Lula (0,1%), José Múcio (0,1%), Paulo Rubem (0,1%), Cadoca (0,1%), Ana Arraes (0,1%), Edilson Silva (0,1%), Raquel Lyra (0,1%) e Yves Ribeiro (0,1%).
Nesta modalidade, os indecisos sobem para 64,1% e brancos e nulos representam 6%.
O levantamento foi a campo entre os dias 14 e 17 deste mês em 80 municípios do Estado, cobrindo todas as regiões da Zona da Mata aos sertões do Pajeú, Moxotó, Araripe, Sertão de Salgueiro e Vale do São Francisco, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Armando tem mais intenção de voto entre os eleitores do sexo masculino – 26,4% contra 20,2% do feminino; aparece bem situado entre os eleitores que ganham acima de dez salários (31,9%), entre os eleitores com grau de instrução superior (26,8%), e entre os eleitores na faixa etária de 25 a 34 anos (24,3%). Seu menor indicativo de voto está entre os com grau de instrução até a quarta-série (19,4%).
João Paulo, que desponta em segundo, também tem sua maior taxa entre os eleitores com renda familiar acima de dez salários (28,7%), entre os eleitores com grau de instrução no ensino médio (26,2%) e entre os eleitores na faixa etária de 23 a 34 anos (22,9%). Sua menor taxa de indicação de voto aparece entre os que cursam até a quarta-série (14,6%).
O ministro Fernando Bezerra Coelho, que pode deixar o PSB e disputar o Governo do Estado por outra legenda, tem sua maior taxa de indicações de voto entre os eleitores que ganham entre três e cinco salários (10,7%) e menor entre os eleitores com renda entre cinco a dez salários (2,8%).
Por região, João Paulo bate Armando na Metropolitana, mas perde nas demais áreas do Estado. No Grande Recife, ele aparece com 37,8% contra 20,1% de Armando. Mas a partir da Zona da Mata, passa a ser engolido pelo trabalhista, que tem 21,8% das intenções de voto contra 19,5% de João.
É a partir do Agreste, entretanto, que Armando começa a se distanciar de João Paulo. Ele aparece com 30,2% das intenções de voto contra 7,9% do petista. Nos sertões em geral, Armando tem 27% contra 4,9% de João e no São Francisco a diferença pró-Armando é de 11,3% para 5,3%.
Por ser da Região Metropolitana, Lula Cabral tem 8,9% nessa região e 12,4% na Mata, desaparecendo no Sertão. Já o ministro Fernando Bezerra tem seus maiores indicações na sua região, o Vale do São Francisco, onde desponta com 38,4%. É no São Francisco também, onde Júlio Lóssio, prefeito de Petrolina, aparece melhor: 15% das intenções de voto.
Na Região Metropolitana, Fernando Bezerra só tem 3,6% e Lóssio 0,8%. Já o vice-governador João Lyra Neto, que hoje está no PDT, mas pode migrar para o PSB, tem no Agreste, sua região de atuação - a partir de Caruaru -, 12,5% das intenções de voto, enquanto na Região Metropolitana não passa de 2,4%.
METODOLOGIA - Foram realizadas duas mil entrevistas em 80 municípios de Pernambuco divididos proporcionalmente na Região Metropolitana, Zona da Mata, Agreste, Sertões do Pajeú, Moxotó, Alto Sertão, Sertão de Itaparica e Sertão do São Francisco. O intervalo de confiança estimado é de 95,5% e a margem de erro máxima estimada é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.
A modalidade de pesquisa adotada envolveu a técnica de Survey, que consiste na aplicação de questionários estruturados e padronizados a uma amostra representativa do universo de investigação. Foram realizadas entrevistas pessoais e domiciliares.
Veja a seguir o índice de rejeição dos candidatos.