Exposição "Em Kapinawá tem" reúne importante acervo indígena em Buíque, no agreste de Pernambuco

A menos de quatro horas do Recife (PE), o município de Buíque recebe na próxima quinta-feira, dia 23, a exposição "Em Kapinawá tem", parte do projeto "Kapinawá, meu povo conta e canta: memórias, samba de coco e furnas". O evento, que se une ao I Encontro de Formação em Museologia para Povos Indígenas em Pernambuco, acontece em Território Indígena Kapinawá, dentro do Espaço Sagrado Ajucá, e reúne representantes indígenas de todo o Estado. A curadoria é assinada pela antropóloga Lara Erendira Andrade e pelo indígena José Ronaldo França, enquanto que a expografia foi pensada pelo designer Ticiano Arraes.

Fruto de um projeto de formação com mais de 100 educadores indígenas, a mostra reúne importante material produzido e organizado desde 2013 até junho deste ano. Fotografias, vídeos, CDs, dissertações, artigos, recortes de jornal e parte  (veja fotos) do acervo digitalizado do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) - relacionados a este povo e datados do início de 1980 - serão expostos no museu indígena da comunidade.
Esse material retrata o processo de resistência e salvaguarda da memória e dos saberes e tradições dos Kapinawá, além de garantir autonomia tanto na preservação do acervo quanto na educação das crianças e jovens. "Essa exposição, que agora apresentamos a comunidade, é fruto de um esforço conjunto entre comunidade, educadores, pessoas mais velhas do povo Kapinawá e os profissionais que contribuíram com as oficinas. Ela também tem a finalidade de contribuir com o Museu Kapinawá que está em pleno curso de organização", explica Lara Erendira Andrade.
O projeto foi apoiado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (FUNCULTURA) da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE).
O projeto 
"Kapinawá, meu povo conta e canta: memórias, samba de coco e furnas" teve início em 2013 e finalizou em junho 2015. Coordenado pela antropóloga Lara Erendira, junto com os professores indígenas Maria do Socorro França, José Ilton Bezerra e o Cacique Robério Francisco Maia, reuniu e produziu amplo acervo sobre patrimônio cultural deste povo. As ações iniciadas por este projeto terão continuidade este ano, cuja pesquisa iniciada será aprofundada para a construção de um livro didático escrito pelos professores Kapinawá. 
Metodologia 
O projeto foi desenvolvido em etapas. Na primeira, foram realizadas oficinas sobre direitos indígenas, patrimônio, história e arqueologia com educadores, lideranças e pessoas mais velhas. Após este momento, os professores conversaram com os parentes para coletar informações, falas dos mais velhos e fotografias que destacassem os saberes das parteiras, dos rezadores, e de temáticas do samba de coco e dos sítios arqueológicos.

Resistência Kapinawá 

A exposição se dará em um espaço que é símbolo da luta pela terra. Ela acontece na sede de uma fazenda que foi retomada em 2011 e desde então, ressignificada pelo povo e transformada em uma escola indígena, com salas de aula, biblioteca, horta escola e também no Museu Kapinawá. Não por acaso, a exposição se dará no coração da resistência atual.

Serviço
Exposição "Em Kapinawá tem"
Quando: Quinta-feira, dia 23 de julho
Onde: Território Indígena Kapinawá Espaço Sagrado Ajucá, Buíque/PE
Informações: Lara Erendira Andrade (81) 9 9688.4698
http://www.cimi.org.br/

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