Parentes e amigos dão o último adeus ao último cangaceiro do bando de Lampião em Buíque-PE

Faleceu na madrugada dessa quarta-feira (24), no hospital Memorial Arcoverde, o último cangaceiro do bando de Virgulino Ferreira, o Lampião. Manoel Dantas Loiola, ou simplesmente seu Né, tinha 98 anos de idade, e desde segunda-feira (15) estava internado na UTI do hospital da Capital do Sertão.

De tradicional família guanumbiense, ainda muito jovem conheceu o Rei do Cangaço e logo se juntou ao seu bando. Apesar da pouca idade, ganhou a confiança do chefe e também o apelido de "Candeeiro".

Da época do cangaço, seu Né guardava muitas lembranças e não escondia a admiração pelo maior cangaceiro da história, a quem chamava de "amigo". Foi testemunha ocular da histórica batalha de Angicos, onde a volante comandada pelo Tenente João Bezerra, na manhã de 27 de julho de 1938, matou Lampião, Maria Bonita e grande parte do bando. Sobre esse dia histórico, o ex-cangaceiro dizia que só conseguiu escapar da morte porque tinha ido buscar água com outros cangaceiros e não estava no local na hora da emboscada.

Durante vários anos, Candeeiro recebeu a visita de repórteres e escritores de todo o Brasil e do mundo. Foi estrela de várias reportagens para diversos canais de televisão. Em 2000, uma reportagem de 10 minutos no Fantástico, levou o ex-cangaceiro para o local exato da batalha de Angicos. Lá, seu Né encontrou um dos homens que fazia parte da volante do Tenente Bezerra, naquela manhã histórica. No local, os antigos rivais se deram as mãos e selaram a paz com um grande abraço.

Seu Né deixa esposa e 6 filhos. O velório está acontecendo na residência do ex-cangaceiro, na vila Guanumby, zona rural de Buíque. O sepultamento está marcada para as 16 horas no cemitério local.
  
Foi com uma cerimônia religiosa, celebrada pelo padre  Aloísio, que os familiares e amigos se despediram do aposentado Manoel Dantas Loiola. Para os íntimos, seu Né, mas para a história "Candeeiro", apelido que ganhou de Lampião, na época em que fez parte do mais famoso grupos de cangaceiros do Sertão. Seu Né faleceu na madrugada de hoje, no hospital Memorial Arcoverde, onde estava internado na UTI desde a segunda-feira (15), quando sofreu um derrame.


O corpo do ex-cangaceiro foi velado durante todo o dia no Clube Social, na vila Guanumby, sua terra natal. No local, dezenas de pessoas passaram para se despedirem do morador mais ilustre e conhecido, que faz parte da história do Brasil. O relógio marcava pouco mais de 16 horas quando o cortejo  com o corpo do aposentado passou pelas ruas do centro da vila com destino ao cemitério, onde foi sepultado.





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