Eduardo Campos voa rumo a 2014


Herdeiro político do ex-governador Miguel Arraes, Eduardo Campos (PSB) chegou cedo ao topo da política estadual. Aos 45 anos de idade – reeleito para o segundo mandato consecutivo no Palácio do Campo das Princesas como o governador proporcionalmente mais votado do País – ele certamente vai passar os próximos quatro anos sendo questionado sobre seus planos de um voo mais alto, que ultrapasse as fronteiras de Pernambuco. Alguns aliados, entusiasmados com a vitória esmagadora, sugerem manter o foco sobre a Presidência da República. Outros, mais comedidos, apostam numa vice-presidência em 2014, mas admitem que o Senado – com um mandato bem explorado – já seria um bom degrau para iniciar a ascensão ao cargo mais alto da Nação.

Pessoas próximas a Eduardo, porém, contestam a tese de que ele tenha como meta a Presidência. Argumentam que o cargo seria muito mais um “prêmio” por uma meta real atingida. E qual seria essa meta? A resposta é pragmática – bem ao estilo do jovem governador: fazer um segundo mandato melhor que o primeiro e comandar o PSB nacional de forma eficiente e prestativa, colocando-se entre os principais interlocutores do novo governo. Inclusive junto às oposições, para “chamar o País à razão” depois de uma campanha presidencial duríssima que abriu no Brasil duas frentes adversárias.

“O papel que Eduardo deseja assumir nacionalmente é o de bombeiro, para baixar o fogo da campanha, desmontar o palanque do terceiro turno e garantir a governabilidade para Dilma”, diz um aliado, em reserva. Outro auxiliar confirma a tese, repetindo a avaliação pós-eleitoral feita pelo governador reeleito, de que a campanha presidencial não discutiu os reais problemas da população. Esse debate, segundo Eduardo, é necessário e precisa acontecer mesmo durante o governo Dilma. E ele espera se colocar como mediador junto aos governadores eleitos, tanto aliados como de oposição, aproveitando o bom trânsito com alguns caciques tucanos, como Beto Richa (PR), Teotônio Vilela Filho (AL) e Geraldo Alckmin (SP), além do senador eleito Aécio Neves (MG).

Parte desse projeto foi alicerçada nas urnas, onde Eduardo montou um exército pessoal. São seis governadores – ele incluído – quatro senadores e uma bancada de 34 deputados federais. Todo esse batalhão sob seu comando será colocado à disposição de Dilma Rousseff a partir de janeiro.

Analisando o cenário para 2011, conclui-se que o governador terá bastante trabalho para administrar essa frente. Mas, como lembra um aliado, Eduardo se move por metas a serem atingidas. E exemplifica: Quando ele decidiu que terminaria o ano de 2009 como o governador mais bem avaliado do País, passou a medir, acompanhar e temperar pessoalmente cada movimento da gestão. Conseguiu o que queria. No final do ano passado, cravou 7,7 pontos no índice do Instituto Datafolha, que avalia o desempenho dos principais governadores brasileiros.

No auge da popularidade, antes de deixar o governo de Minas Gerais para disputar o Senado, o tucano Aécio Neves havia marcado os mesmos 7,7. O recorde, porém, ainda pertence à peemedebista Roseana Sarney, que no primeiro mandato, em 2001, registrou 8,2 pontos no Maranhão. Exatamente quando se cacifava para disputar a Presidência da República no ano seguinte, num projeto que seria detonado pelo escândalo da Lunus, envolvendo dinheiro de caixa dois.

A meta prioritária de Eduardo, portanto, é galgar índices mais altos de aprovação, e assim tentar garantir vaga no páreo da sucessão presidencial. Currículo não é problema. Da época em que começou a carreira, como chefe de gabinete do segundo governo Arraes, em 1987, até os dias atuais, ele já exerceu um mandato de deputado estadual, três federais – um deles conquistado com a maior votação do Estado –, e iniciará em janeiro o seu segundo mandato consecutivo de governador, eleito com 3,4 milhões de votos. Em nível nacional, já foi ministro da Ciência e Tecnologia e líder do governo Lula na Câmara dos Deputados.

Em Pernambuco, algumas “metas” estabelecidas pelo governador já estão em andamento. Uma delas visa abrir o caminho para dobrar o Produto interno Bruto (PIB) estadual até 2020. Eduardo também já avisou à equipe que na segunda gestão quer todos trabalhando para ver concluídas as obras de grande porte da União que passam por Pernambuco. Entre elas, a malha da Ferrovia Transnordestina, os canais da transposição do Rio São Francisco e as obras do estaleiro e da refinaria de petróleo em Suape. Tudo isso, é claro, misturado a uma forte campanha de marketing dentro e fora do Estado.

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