Cineasta Cláudio Assis começa a filmar Big Jato em Pesqueira, Matheus Nachtergaele (João Grilo) grava em Buíque

Moradores de Pesqueira e membros da equipe vazaram imagens na internet. Fotos: Facebook/ Reprodução
Moradores de Pesqueira e membros da equipe vazaram imagens na internet. Fotos: Facebook/ Reprodução
 
Começaram esta semana, no município de Pesqueira (Agreste de Pernambuco), as filmagens de Big Jato, quarto longa-metragem dirigido pelo cineasta pernambucano Cláudio Assis (Amarelo mangaBaixio das bestasFebre do rato). O roteiro é baseado no homônimo livro do escritor cearense Xico Sá, seu primeiro romance, com inspiração autobiográfica, narrado em primeira pessoa.

O personagem principal é um garoto que ajuda o pai a trabalhar com seu caminhão-pipa usado para limpar fossas. Matheus Nachtergaele, Marcélia Cartaxo, Rafael Nicácio, Jards Macalé, Gabriele Lopes, Fabiana Pirro e Vertim Moura estão entre os atores participantes. A atriz Maeve Jinkings faz a preparação do elenco. Algumas cenas serão filmadas em Buíque. O livro também já foi adaptado para o teatro.

Leia trechos do livro (divulgados no site da editora Companhia das Letras):

Pensando bem, o velho nem era tão velho assim, apesar de corroído por esta ferrugem que torna um filho de Deus aparentemente mais enfezado do que o outro.
À primeira vista, os buracos dos olhos do velho eram tão profundos quanto a ilusória superfície dos copos engana-bêbados nos quais emborcava a sua aguardente. Óculos verdes fundo de garrafa, iguaizinhos ao para-brisa do Big Jato, envidraçavam ainda mais o horizonte. Treze graus de miopia e astigmatismo no lado direito, doze no canhoto.
Mais de resmungos do que de fala, o velho descia a lenha nos semelhantes. Nesta cota incluía as criaturas mais rasteiras e pré-históricas. Lagartos, lagartixas, bicos-doces, tatupebas, lobós, tejus, cascavéis, preás e toda uma sorte de répteis. O que porventura surgisse no seu rumo virava topada prenhe de desaforos e sermões.
Quem não reage, rasteja. Era o lema.
(...)

Nossos dias, porém, eram todos diferentes, e uma única coisa me interessava: estar na boleia do caminhão do velho, quando eu sentia que a fala dele era cagada e cuspida como o ronco do motor do Big Jato subindo uma ladeira, quando eu sentia que havia saído à semelhança.

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